Para o proprietário esse termo “padrão racial” deve ser um tanto desconhecido e exagerado, afinal ele quer “um cãozinho” e nada mais, não é mesmo?
Mas para os criadores, uma nova ninhada representa muito mais que isso, ou seja, um bom criador vai sempre trabalhar em busca do cão ideal. E para que isso ocorra, o criador estuda cruzamentos em prol de atingir o padrão racial estabelecido pela CBKC, obviamente, para os cães com certificado emitido por este órgão.
O padrão racial seguido no Brasil é um documento oficial emitido pela FCI (Fédération Cynologique Internationale) traduzido e adotado pela CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia). O westie pertence ao grupo 03, sessão 2 – terriers de pequeno porte. É o documento de número 85, publicado em 20 de janeiro de 1998. Para o padrão FCI o westie é originário da Grã Bretanha e pode ser cão de caça ou companhia, sem prova de trabalho.
É esse padrão que nos guia a auxilia a definir qual o melhor filhote da ninhada e que merece ser avaliado nas exposições caninas a fim de se decidir o seu potencial para a reprodução.
Exagero?
Não! Os mais velhos devem lembrar de quando a Miss Brasil Martha Rocha perdeu o concurso de Miss Universo por ter 2 polegadas a mais nas medidas de seu quadril! Então, humanos também utilizam medidas padrão para definir a beleza!
Já pensou não seguíssemos o padrão? Cada um cruzaria os cães de acordo com seu próprio entendimento de beleza.
A partir desta série de post iremos apresentar o padrão oficial da FCI do Westie em partes, juntamente com a interpretação e análise dos maiores criadores do mundo.
Lembrando que para o westie há o padrão inglês, o padrão do americano e o padrão FCI. Irei conduzir o texto seguindo o padrão adotado no nosso país: FCI – CBKC.
CABEÇA
“a cabeça é revestida de pelagem densa; portada de maneira a formar um ângulo reto agudo em relação ao eixo do pescoço, além disso, ela não deve ser portada na extensão do mesmo.”
Interpretação do padrão
Para Derek Tattersall (1992), a cabeça deve apresentar aparência redonda quando vista de frente e ser proporcional ao corpo, ou seja, um westie com um corpo denso e uma cabeça pequena é considerando fora do padrão, assim como o inverso – corpo franzino e cabeça exagerada.
Para Barbara Hands (1977), o crânio deve ser forte e possuir bons ossos. Ele deve ser ligeiramente afilado, sempre que possível, no nível dos olhos e das orelhas. O comprimento do crânio, partindo do ponto atrás das orelhas até o stop, deve ser maior que a medida do stop até a trufa (nariz).
Segundo a criadora, uma face alongada deve ser evitada a todo custo, pois a aparência penetrante do westie é auxiliada pela aresta do osso acima dos olhos e a ligeira reentrância entre eles – chamada de stop.
Se o focinho do westie se projeta mais que o crânio, a expressão penetrante do westie fica prejudicada e começa a parecer mais “apontada” que o desejável.
Não entendeu nada? Olhe:
Ilustração de Derek Tattersall |
Verifique os comprimentos das setas da ilustração. Veja que a primeira seta, da trufa até o stop, possui quase a metade da medida da segunda seta, que vai do stop até a altura das orelhas.
Agora veja abaixo como ficaria a proporção se as duas medidas fossem semelhantes:
Ilustração de Derek Tattersall com modificações |
Em casos de cabeças desproporcionais essas medidas estarão semelhantes. Para Barbara Hands (1977) uma face alongada deve ser evitada a todo custo.Além destas medidas, devemos sempre comparar o conjunto do crânio com o tamanho do corpo, formando um exemplar proporcional – de nada adianta um westie com uma linda cabeça num corpo franzino ou alongado (falaremos disso nos próximos posts). É por isso que colocamos o cão em “stay” (de lado) na mesa de exposição para que essas proporções sejam avaliadas pelo árbitro da exposição.Uma pelagem abundante é necessária, pois pelagens ralas e abertas são consideradas faltas ao padrão.
Ilustração do American Kennel Club Books |