“desembaraçada, reta de frente e fluente de todos os lados.Os anteriores trabalham corretamente direcionados para a frente desde a escápula. Nos posteriores a movimentação é fluente, possante e compacta. Os joelhos e jarretes são bem flexionados e os jarretes trabalham sob o corpo promovendo boa propulsão. Uma movimentação travada (rígida) ou afetada nos posteriores, ou mesmo jarretes de vaca são defeitos graves.”
Interpretação do padrão
Antes de iniciar a leitura, saiba que esse post ficou enorme . Não gosto muito de posts grandes, mas movimentação é talvez a parte principal do padrão e da exposição.
É nela que o árbitro geralmente se baseia para decidir seu escolhido. É nela que ela “enxerga” os defeitos de dianteira ou traseira que porventura possam estar “escondidos” atrás de um bom grooming. Eu mesma levei anos pra entender porque o juiz preferia um cão e não outro .
Vamos lá:
Movimento dianteiro
Para Ruth Faherty, a inserção correta da escápula é vital para a movimentação frontal do Westie. A inserção correta faz o cão ser capaz de movimentar suas pernas dianteiras dando um passo à frente com grande alcance e confiança, estendendo-se à frente com um longo arco pleno. Por causa da inserção correta, a perna também será capaz de balançar bem para trás, empurrando o corpo pra frente e não para cima.
O cão com uma escápula mal inserida (ombro íngreme) terá uma movimentação dianteira curta – seus passos parecerão muito mais curtos que o cão com a inserção correta. Ele não alcançará uma boa área de solo na suapassada em comparação ao cão com escápula corretamente inserida. Este por sua vez, terá que tem ter 2,5x mais capacidade de se impulsionar para frente.
O cão de escápula mal inserida (ombro íngreme) fará mais esforço para executar suas passadas, porque ele é prejudicado pelo balanço limitado de seu braço e pelo estreito intervalo dos seus músculos controladores deste movimento.
O primeiro movimento descrito é o que satisfaz o padrão em relação ao movimento, ou seja “desembaraçada, reta de frente e fluente de todos os lados”. O cão de ombro íngreme, além de exibir a dianteira incorreta, exibirá a marcha áspera, sem liberdade de movimento, como se estivesse com as patas enfaixadas junto corpo.
Acima, segundo Joan Graber, vemos um exemplo de movimentação dianteira correta vindo em sua direção e se aproximando em uma marcha única. Você pode ver a linha reta do ombro aos pés, bem como as inclinações perna inteira para a linha média.
O movimento traseiro
Ainda do livro de Ruth Faherty podemos ver que um cão de estrutura traseira bem angulada é capaz de movimentar o joelho para frente como se fosse uma mola comprimida, que explode sua potência total, estendendo a perna para trás logo em seguida. A maior parte da movimentação do cão vem do movimento de sua perna para trás, auxiliado pela musculatura que apóia seus ossos.
O cão de estrutura incorreta possui pouca angulação no joelho. Ele é incapaz de balançar o seu joelho para frente e estender a perna para trás como o primeiro cão devido à essa falta de angulação e, conseqüentemente, seus músculos são mais curtos.
Se ele tiver o ombro íngreme, a marcha traseira também é afetada, e, em vez de se movimentar livremente, a falta de angulação faz com que a movimentação traseira se amplie.
Joan Graber ensina que esta é a traseira correta do Westie se afastando de você. Você pode ver a linha reta do quadril ao pé. Além disso, observe que você pode ver a pata inteira e que a marcha do cão não é alargada.
A combinação do corpo com a estrutura
Estrutura frontal correta + traseira reta (reprimida)
Esse cão se move bem na frente porque ele depende de seu impulso para a frente para o equilíbrio, mas ele não tem tração traseira. O movimento traseiro é alagardo.
Ombro íngreme + traseira bem angulada
Este cão tem dificuldade em manter os pés da frente corretamente no caminho o que torna mais difícil a condução patas traseiras. Ele vai tender a compensar isso de alguma forma, podendo andar trotando, aumentando o alcançe das patas dianteiras para evitar a colisão com patas traseiras.
A movimentaçao incorreta vai sobrecarregar os músculos de seu cotovelo, forçando a movimentação das patas dianteiras numa altura extra. É uma ação muito mais cansativa – cão tentará levantar os pés da frente saindo do caminho.
Este cão terá o movimento traseiro “sem graça”, reduzindo a capacidade de sua propulsão traseira acompanhar o seu passo dianteiro e evitar conflitos de pés.A marcha dianteira será rápida e saltitante.
O cão com as duas falhas têm uma marcha saltitante para ambos os lados, dianteiro e traseiro. Sua movimentação nunca poderá ser “desembaraçada, reta de frente e fluente de todos os lados”, devido às limitações impostas por sua estrutura corporal.
Estrutura frontal correta + traseira correta
Esta é a combinação perfeita. O Westie foi desenvolvido para ser um cão corredor, construído para ser veloz e para tanto deve possuir uma escápula bem inserida e um traseiro bem angulado.
Esse cão de combinação perfeita irá se mover com poder e eficiência. Na marcha rápida, seus pés dianteiros darão passos largos cheios de confiança. Seus pés traseiros seguirão adiante aproximando-se da trilha das passadas dianteiras, mas sem interferência. Desta maneira o Westie com a angulação correta é como um exímio caçador.
A foto acima, mostrada por Joan Graber, apresenta uma fêmea Westie com combinação traseira e dianteira correta, ou seja, tem alcance e propulsão. Observe que o posicionamento da cabeça correta (não é abaixo que a posição de 11h), a linha superior está reta, o jarrete é bem desenhado sob o corpo, enquanto o oposto do jarrete é bem aberto. Veja que esta cadela está carregando sua cauda muito bem, mostrando sua boa inserção.
FONTES:
FAHERTY, Ruth. Westies: From Head to Tail. Clawford: An Alpine Blue Ribbon Book.
The West Highland White Terrier – a presentation by Joan Graber. Disponível aqui
Padrão racial do West Highland White Terrier FCI/CBKC