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O Brasil fica na Suécia?

Hoje eu estava lendo meu livro de cabeceira e me deparei com o seguinte trecho:

“Foi durante os anos 60 e 70 que a raça chegou no país. Infelizmente o resultado foi que muitos negociadores de cães começaram a criar a raça. Todos pelas razões erradas – pessoas que não estão preparadas pra esperar 1 ano por um westie, e então compram qualquer filhote a qualquer preço baixo.

Isso não é bom pra nenhuma raça. E é muito difícil fazer alguma coisa a respeito. Os westies começaram a ser os terries mais populares daquele país. Cairns agora ocupam esse título duvidoso.

Todavia, os westies ainda são populares e um grande número de criadores começam a todo momento.

A situação tem sido mais difícil para os criadores por causa das regras do clube do westie de lá, que diz que um padreador só deve cruzar com um número limitado de matrizes.

Obviamente um padreador top não pode ser mais usado quando atinge a sua cota de matrizes, dando espaço para o cruzamento de cães de qualidade pobre.

Eu acredito piamente que o objetivo principal da criação e da exposição de cães é extrair o melhor da raça – eu não consigo ver como isso pode ser alcançado com um plantel de pobre qualidade.

Porém, há alguns criadores que estão dedicados em melhorar a raça e não ficaram contentes com o segundo lugar.

Além disso, muitos proprietários mostram seus cães de companhia na exposição, com maior frequencia que no Reino Unido. E isso explica a falta de uniformidade no padrão.

No Reino Unido, os exibidores são criadores e geralmente trimam, preparam e apresentam seus próprios cães.

Mas, nesse país, as pessoas levam seus cães de companhia para tosadores profissionais em tosa de exposição. Esses profissionais trimam e também treinam os proprietários para serem handlers, pois só assim eles conseguem apresentar seus cães.”

Esse trecho foi retirado do livro Westie Today, página 144. E o país ao que o autor se refere não é o Brasil, e sim a Suécia.

Apesar de que, exceto pela regra imposta pelo Club do Westie Sueco, infelizmente no Brasil, a realidade é a mesma. Alguns canis da raça por aqui estão abarrotados de cães fora do padrão e que, mais grave que isso, escondem doenças genéticas horríveis.

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Os únicos exames que as cadelas fazem é o exame citológico – que na verdade não faz nada pela raça, apenas sinaliza o dia em que a cadela está ovulando e assim vai ter mais fecundações, e conseqüentemente, dar mais filhotes pra venda.

A raça em si não ganha nada com isso. Pelo contrário, só perde porque a cadela vai amamentar mais cães de uma vez só e qualidade imunológica do filhote fica comprometida.

No Brasil, a famigerada campanha do IG superestimou o valor do filhote e muitos criadores entraram na criação exclusivamente pelo ganho monetário.

O filhote passou a valer o quíntuplo do preço e havia fila de espera de 80 pessoas. Criadores que recebiam 3 ligações por semana, passaram a receber 50 ligações por dia.

Em 1998 foram 121 filhotes registrados no Brasil, em 1999 menos de 192, em 2005 foram 1.127 e em 2006, 928 registros – isso no CBKC. Sem contar os registros nas pseudo entidades cinófilas e dos criadores sem registro.

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O tórrido fato é que: o número de registros da raça no país revela o aumento dos cruzamentos comerciais e, consequentemente um menor compromisso com a raça, padrão e saúde do exemplar.

West_Highland_White_Terrier_Hamish.

E ai, achou esse westinho da foto ai em cima liiiindo?

Então não precisa procurar muito não! Tem ali na esquina, custa baratinho e até parcela em 10 vezes!


Só não pode se arrepender e tentar devolver depois porque esses criadores não aceitam devolução em HIPÓTESE ALGUMA.

Andréia Camargo

Criadora de west desde 2006.

Comportamentalista, Groommer e Designer.

0 resposta

  1. Uma triste realidade. Mas criadores amantes da raça como vocês e proprietários conscientes ainda vão conseguir mudar isso. Eu creio! Temos de crer, afinal, quem vai lutar por eles? Nós! 🙂

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