Em quase todos os países há um kennel clube ou organização nacional que atua fazendo cumprir as normas de cada raça reconhecida por essa entidade. Esse reconhecimento da raça gera uma série documentos oficiais chamados de padrão racial, no qual os criadores devem ser basear para escolher os melhores cães para a procriação.
Essas organizações também sediam e patrocinam as exposições de cães e eventos cinófilos, onde os criadores mostram seus cães em campeonatos de conformação – eventos em que se analisa o quanto aquele cão está próximo do padrão estabelecido para sua raça. Além destes, outros campeonatos podem ser regulamentados por essas entidades, como por exemplo, os campeonatos de agility, earth dog test, flyball etc.
Nas exposições de conformação, os eventos registram para cada cão participante um determinado número de pontos, definindo títulos e gerando um ranking que define aos interessados a força das linhas de sangue dentro do julgamento da conformação.
No Canadá, o órgão é o Canadian Kennel Club (CKC). Nos EUA é o American Kennel Club (AKC) e do United Kennel Club (UKC). No Reino Unido há English Kennel Club (KC) e no Brasil a Confederação Brasileira de Cinofilia – CBCK. Há ainda a Fédération Cynologique Internationale (FCI), que é a Organização Canina Mundial, localizada na Bélgica, à qual muitos países são associados.
PEDIGREE TIPO EXPORTAÇÃO – contém as informações até a 4a geração
Esses clubes mantêm os registros de nascimento de novos filhotes da raça e o banco de dados dessas árvores genealógicas, garantindo assim a possibilidade da pesquisa do histórico familiar do cão – tal qual um cartório faz com nossos registros de nascimento. Além disso, os Kennels Clubes ainda podem reconhecer novas raças, fazendo o registro inicial da raça no seu país de origem, como por exemplo, o fila brasileiro.
Mas será que, ao adquirir um filhote de raça, devemos nos preocupar SOMENTE com o certificado do CBKC? A resposta é NÃO, além do certificado o contrato entre criador e proprietário é tão importante quanto. No certificado (pedigree) está atestada a pureza racial do animal, constando sua árvore genealógica e títulos adquiridos pelos pais e avós – teoricamente, quanto mais títulos um cão possui, mais próximo do padrão racial ele está, por isso filhotes de avós campeões são mais valorizados, mesmo que isso não signifique garantia de beleza e saúde.
Em tese, qualquer cão que tenha uma raça definida pode ser registrado através do kennel clube de sua cidade. Nesse caso, pagando uma taxa, o cão será avaliado por um determinado número de juízes e se possuir os pré-requisitos da raça, receberá o certificado. O registro emitido, é claro, não conterá informações de avós e bisavós. Em minha opinião, isso é totalmente desnecessário, partindo do pressuposto que nenhum cão não precisa de certificado pra ser amado.
Ah, mas você está pensando em tirar o pedigree de seu cão pra iniciar uma criação e assim valorizar os filhotes? Certo? Tsc tsc…errado! Nenhum criador deveria iniciar uma criação com uma linha genética da qual não detém o conhecimento dos antepassados. O pedigree de um cão sem informações completas vem com linhas preenchidas por asteriscos e recebe a cor verde, sendo chamado de registro secundário. Apenas quando de completa as informações genéticas, lá pela 3ª geração de cães, é que ele passa a ser azul.
Como eu já disse aqui, o certificado CBKC não é garantia de saúde e muito menos, garantia de beleza, pois um cão pode gerar ninhadas com cães mais próximos ou não do padrão. Porém, isso não quer dizer que eles não são cães daquela raça ok? Muitas vezes um rabo mais curvado ou uma inserção de orelhas mais afastada, pode ser ponto de escolha e fazer com que aquele cão seja classificado como cão de companhia e isso quer dizer, que ele não vai participar dos shows e exposições.
É como no mundo humano, nem sempre teremos a repetição do fenótipo num cruzamento genético (ao lado: Rosana Paes, irmã de Juliana Paes). Viu como é a mamãe natureza que decide as combinações genéticas e não um simples certificado de papel?
Todavia, ser escolhido como cão de companhia é a melhor coisa que pode acontecer na vida de um filhote (exceto quando um cãozinho cai nas mãos de uma enfermeira sem coração).
Como cão de companhia, ele não morará no canil (nem todos os canis são iguais à minha casa ok?), terá uma família que o amará incondicionalmente, será mimado e cheio de regalias e, melhor ainda, não será ficará a mercê de handlers, que às vezes viajam com mais de 15 cães e os deixam trancados no crate o dia todo 🙁 …É por isso que aqui, nós mesmos apresentamos nossos cães.
No próximo post vamos falar do contrato entre criador e proprietário.
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Oi…
Cada vez que leio seus artigos, fico mais impressionada com a sua admiração e respeito, não só pela a raça mais por todos os animais.
Parabens e continue nos informando sempre ,aprendo muito.
Tenho um Westie e não sabia metade do que sei hoje sobre a raça , graças a você .
Obrigada !!!
Ilza Francini
Que bom Ilza. Fico feliz de você está aprendendo sobre a raça aqui! 😀 Volte sempre!
Estou adorando seu site. Já li vários arquivos e estou aprendendo a cuidar de verdade do meu pequeno West de 4 meses. Até agora a única coisa que vi que faço completamente certo é o controle das vacinas. Os cuidados com banho e tosa foram novidade para mim… Estou gostando muito de aprender com quem realmente sabe!
Um grande abraço! 🙂
Olá Leidimara,
Que bom que o site está sendo útil a você. Mas posso fazer um comentário? Pra você ver as diferenças né? Junto com o meu cão eu envio um guia com várias informações pormenorizadas (inclusive que não estão no blog 🙂 ) …acho que as informações seguras e completas sobre a raça são obrigações de qualquer criador, já que resolveram cruzar a raça né? Enfim! Um grande abraço e volte sempre!