Hoje, continuando a série “você conhece seu cão?”, vamos falar sobre audição canina. Afinal você não pensava que nossos super heróis possuíam apenas um super poderzinho de farejar né?
Você já percebeu que seu cão percebe quando você chega na garagem antes mesmo de qualquer outra pessoa na sua casa? Já se perguntou como ele faz isso?
A audição do cão é tão incrível quanto o seu olfato! Eles conseguem ouvir 4x mais que os humanos. Isso quer dizer que enquanto nós ouvimos sons à 5m de distancia, eles conseguem ouvir à 20m.
O espectro também é muito maior! Os humanos captam entre 20 hertz e 2 quilohertz, enquanto nossos super-heróis ouvem sons muito mais agudos, chegando até 45 quilohertz.
Mas o que isso significa? Que eles podem ouvir apitos ultra-sônicos que humanos não ouvem. Trocando em miúdos, um quarto silencioso durante a madrugada, é um quarto cheio de ruídos para eles. Eles conseguem ouvir: passos do outro lado da rua, movimento dos ratos entre as paredes, cupis destruindo aquele armário antigo, as ondas de alta frequência emitidas por relógios digitais, sons das lâmpadas fluorescentes (siim! Elas emitem sons!).
Os cães também conseguem localizar a origem de um som mais rápido que um humano. E dessa forma, fazem o reconhecimento da distância, quando ainda não conseguem ver ou sentir o cheiro.
São dezoito músculos especializados nas orelhas que permitem ao cão dobrar, girar, levantar e baixar as orelhas. No homem? Apenas seis músculos. Dessa forma, ter uma maquininha de ouvir e poder movê-la em várias direções, faz de nossos super heróis verdadeiras “antenas de captação de som no estilo sourround sound“.
Eles possuem orelhas em vários formatos e tamanhos, porém, a maioria são grandes e côncavas, o que permite canalizar as ondas sonoras diretamente para o tímpano. A raça não influencia a capacidade auditiva deles, assim, cães de orelhas caídas ouvem tão bem quanto cães com orelhas eretas, mesmo quando estão relaxadas, deixando o canal auditivo coberto.
Mas a raça influencia na possibilidade do cão nascer surdo, embora possa acontecer com qualquer cão, existe a surdez genética, como nos Dálmatas, por exemplo. Mas eles compensam falta de audição com o desenvolvimento de outros sentidos, como por exemplo a interpretação da linguagem corporal.
Embora pareça vantagem, alarmes, ruídos, trovões e fogos são extremamente desagradáveis para eles. Por isso eles sofrem com os fogos de artificio.
Mas a natureza é sábia. Os cães desenvolveram essa habilidade na época em que sua sobrevivência dependia de ouvir o predador se aproximando. Porém, com o tempo, seu cérebro aprendeu a filtrar a os sons que não lhe interessam. Assim, conseguem ouvir o barulho da chave sendo colocada na fechadura quando você chega, mesmo se a televisão estiver ligada!
Mas, fique atento ao seu tom de voz. As nossas anteninhas de captação de som portáteis são bem sensíveis ao nosso tom de voz. Tons mais baixos lembram grunhidos e soam como reprimenda, pois são tons que eles usam entre si para informar que a atitude não agradou.
Usar esse tom da forma incorreta com um cão, deixa o animal nervoso, incapaz de prestar atenção e aprender o comportamento correto, provocando apenas medo e dúvida. Da mesma forma, gritos não geram bons resultados quando queremos o bom comportamento deles, pois causa angustia.
Assim como os humanos, cães se aproximam quando ouvem sussurros e falas em tom baixo e calmo. Tire proveito disso!
Acho que você já percebeu né? A próxima vez que estiver no parque e quiser que seu cão fujão volte, não adianta ficar berrando. Se ele não volta, não é porque não ouviu você. É simplesmente porque não quis te obedecer.
Pense nisso! Eu também não voltaria de uma divertida corrida pelo parque, para os braços de um dono que só iria me dar uma baita bronca! 😀
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