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Pipo…o westie que “trabalha” demais

Quem acompanha este blog deve ter lido a história de Pipo. Ela foi contada aqui. Na época respondi ao Douglas na tentativa de ajudá-lo a enriquecer o ambiente de Pipo, afinal ele caiu de “pára-quedas” na vida deles. E já adulto, tinha manias e comportamentos que Douglas não tinha previsto.

Conversamos e ele logo entendeu que precisava fazer algo pra ajudar Pipo a ficar sozinho em casa. No canil de onde Pipo foi resgatado, ele ficava tracado numa gaiolinha. Bem, depois de ver a capacidade de destruição dele, eu entendi porque ele era confinado.

Mas, precísamos dar a liberdade à Pipo e ensiná-lo a usá-la corretamente. Afinal, não é todo dia que podemos trocar de tapete, de poltrona, de sofá né? Meu conselho foi: dê muito trabalho mental ao Pipo! Sozinho em casa um cão não faz o que humanos fazem: eles não lêem livros, não fazem palavras cruzadas, não assistem TV. Obviamente Pipo fazia o que todos os cães “sem ocupação” fazem: destruía tudo.

Uma das estratégias que ele mais gostou foi o Woobler, olha só:

 

Com vocês o relato de Douglas:

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a atenção e a paciência da Andréia, dona do blog, em disponibilizar tanta informação importante para os novos “westie lover’s“, como ela mesma chama, e principalmente pela atenção e dedicação em responder aos e-mails que lhe são enviados mesmo sem ter nenhuma obrigação ou lucro com as respostas. Além, claro, da oportunidade de relatar minhas experiências e as mudanças a que me levaram. Bom, a história do Pipo, o Westie que caiu de paraquedas em nossas vidas, já está contada aqui.

O que quero relatar aqui é minha mudança de pensamento e atitude em relação ao adestramento, já que a maioria dos problemas parecem ter sido elucidados depois que comecei a compreender melhor o seu fundamento e toda a psicologia envolvida no ato. E com “problemas” quero dizer que só quem é dono de westie sabe do que estou falando. O Pipo estava conosco há três meses quando descobri o blog. Queria saber mais sobre o belo e destruidor cãozinho que passou a habitar (e depredar) a minha casa.

Lendo os posts, vi que em vários momentos a Andréia usa ilustrações do livro “Adestramento Inteligente” do “Alexandre Rossi” e também recomenda a leitura dele, então resolvi comprá-lo. Sempre achei, assim como a maioria, que além de ser extremamente desgastante, o adestramento seria maldade com o cachorro. Porque além de maltratá-lo para que aprendesse, ele ia acabar virando um robô que faz tudo que se manda. Fui ensinado que para o cachorro “entender” devíamos bater nele, e admito que apliquei essa “técnica” algumas vezes com o Pipo. Não gostava, claro, e não via resultados positivos, pelo contrário, os resultados eram negativos.

Exemplo disto foi quando minha noiva e eu percebemos que ao brigar com ele sempre que chegávamos em casa (o danado sempre destruía alguma coisa), estávamos fazendo com que ele associasse nossa chegada em casa com o temor das palmadas ao invés de perceber que fez algo de errado (passamos um final de semana bajulando ele de tanta culpa).

Assim que comecei a ler o livro minha ideia sobre o assunto já foi mudando, pois, assim como explica o autor, mesmo ainda sendo muito utilizada, a técnica do adestramento pela violência ou imposição já está MUITO ultrapassada. A técnica mais utilizada, e a que consta no livro, é a do adestramento pelo estímulo positivo, onde recompensamos o cachorro (com petisco, brinquedo, carinho…) por algo correto que tenha feito, e o “punimos” por algo errado. Não uma punição física como muitos podem pensar, e sim uma advertência verbal ou até o “simples” ato de ignorar o cão já é suficiente.

Agora alguns devem estar se perguntando: “tá, além do meu cachorro virar um robô, vai virar um robô interesseiro que só me obedece em troca de uma recompensa?”. Eu também pensava assim, mas indo por partes, vamos analisar o seguinte: “Quantas pessoas conhecemos, incluindo nós mesmos, que trabalham por hobby? Nenhuma? É isso mesmo, trabalhamos porque precisamos do dinheiro no final do mês para pagar as contas, ou seja, isso é uma ação por interesse. Se pararmos para pensar todas as nossas ações são baseadas em um interesse final, ou seja, em uma recompensa pelo ato.

Com os cachorros acontece a mesma coisa. Ele não vai obedecer simplesmente porque tem um humano, que se acha superior, o mandando fazer algo. Assim como não vamos trabalhar sem receber nada simplesmente porque o nosso chefe pediu. Acontece que para o cachorro as recompensas são o carinho, a brincadeira e a comida, não necessariamente nesta ordem de importância….hehehehehe.

Depois: “Ele vai se tornar um robô”. Isso não acontece, o que de fato ocorre é que o cachorro passa a prestar muito mais atenção no “dono” e se torna um cachorro mais equilibrado. Quando estamos querendo alguma coisa dele, se torna muito mais fácil o “diálogo”. E quando não estamos “falando” com eles e exigindo sua atenção, eles são cachorros completamente naturais como outro qualquer, mas com um diferencial segundo o Alexandre Rossi: eles terão um super-dono.

Vejo, agora, a leitura deste ou de outros livros sobre o assunto como um curso de idioma para quem pretende viaja. Sem o conhecimento da língua estrangeira a pessoa pode até se comunicar, porém será muito mais difícil e ela terá muita dificuldade em se fazer entender, podendo o seu “pedido” ser entendido de uma maneira completamente diferente do que ela gostaria. Assim é com os cães. Quando não “falamos” a linguagem deles, estamos dizendo “A” e eles entendendo “Z”.

Por vezes, ainda ficamos irritados pela “burrice” deles em não nos entender, sendo que eles não tem capacidade de aprender a nossa língua, mas nós temos como aprender a “língua” deles. Comecei a treinar o Pipo em uma segunda-feira (18/02/2013) e segui os exercícios durante poucos minutos por dia, antes de levá-lo para passear. Fui aperfeiçoando e na quarta-feira ele já estava obedecendo ao comando “SENTA”, em troca de qualquer “atenção”. Isso foi um tremendo espanto pra mim, achei que levariam semanas ou meses até que ele aprende-se algo. Agora estou no comando “DEITA”, onde estou tendo um pouco mais de dificuldade em fazê-lo obedecer antes de ganhar a recompensa, mas daqui a pouco ele entende.

O mais importante que percebi é que o adestramento é uma grande diversão para o cachorro, onde ele tem a atenção integral do dono e ganha muitas recompensas por “brincar”. Deve ser também uma diversão para o “dono”, pois o cachorro vai aprender muito mais rápido se levarmos como uma grande brincadeira ao invés de encarar como um “trabalho”.

Fiquei muito feliz e empolgado após ver os resultados e benefícios para o Pipo. Ele já é outro cachorro. Sempre que chega perto de nós ele já senta, mesmo sem o comando, pois já aprendeu que se ficar pulando não ganha atenção. Quando preparo os petiscos para o ‘treinamento” ele fica todo empolgado e já me espera na rua para irmos “brincar”.

Resumindo: após tomar conhecimento do que realmente é adestramento e de conhecer esse método de recompensas, mudei totalmente meu ponto de vista. Estou realmente fascinado com os resultados e aposto que o Pipo adorou minha mudança de comportamento, pois agora ele entende o que eu quero. Espero que todos ao menos tentem ler o livro, pois as mudanças e os resultados são realmente fascinantes.

Mas claro que a mudança não foi só para Pipo. Como vocês viram, Douglas precisou quebrar um grande paradigma humano em relação a necessidade de adestramento. Afinal, tenho certeza que alguns que me lêem, ainda partem daquela premissa que “a felicidade do cachorro depende do tamanho do seu quintal”. O que não é verdade.

Vimos com a história de Pipo, que ler e se educar sobre o comportamento canino é uma grandiosa estrégia. Não só o livro de Alexandre Rossi, mas milhares de outros poderão ajudar você a se comunicar corretamente com o seu cão. A história de Pipo já foi uma vitória. Douglas é um futuro e engenheiro – podemos imaginar como ele não é muito fã da leitura né? rsrsrs…mas pelo Pipo ele foi fundo! Espero que ele continue! Afinal ele é um fofo e merece um ambiente e uma mente saudável!

Algum tempo depois, recebi notícias de Pipo. E adorei! O pote de ração de Pipo foi aposentado de vez, e agora pra ter acesso a comida, só depois de muito “pensar” como vai tirá-la do Woobler. Ele chega a passar uns 40min “lutando” com seu Woobler. Maldade? Que nada, depois do longo “trabalho”, ele tira aquela soneca que é a salvação de qualquer sofá 😀

Quer saber como o Woobler funciona?

PS: Este não é um post patrocinado. Assim como o Woobler existem milhões de outras alternativas para o enriquecimento ambiental do seu cão. Pesquise, leia…você vai descobri um mundo de possibilidades!

Andréia Camargo

Criadora de west desde 2006.

Comportamentalista, Groommer e Designer.

0 resposta

  1. Olá Andréia!
    Entrei em contato com você há algum tempo e contei a história da minha pequena Westie, que faleceu ainda novinha de shunt hepático.
    Resolvi esperar alguns meses até ter outro cachorro e superar o trauma! E finalmente ele vai chegar por meados de abril/maio.
    Dessa vez meu noivo e eu optamos por um macho, mas estou com pavor de não conseguir ensiná-lo a fazer xixi no lugar e ele querer marcar território na casa inteira!! Há alguma diferença entre machos e fêmeas no adestramento? Com quanto tempo já posso castrá-lo?
    Outra dúvida, descobri recentemente que estou grávida, e gostaria de saber algumas dicas pra socializar o baby e o cachorro sem que um machuque o outro.
    Agradeço a Antenção
    Patrícia.

    1. Oi Patrícia,

      Tudo bem. Eu lembro de um caso de shunt hepático sim. Uma pena né? Imagino o quanto você sofreu.

      O adestramento é o mesmo. Eu não saberia detalhar diferenças a você pois entrego meus bebes fazendo xixi e coco no ecopatio aos 90d. Eles erram pouquíssimo.

      A castração pode ser feita entre 6 a 9 meses. Você deve decidir com o seu vet ou seu criador a melhor época. Quanto ao bebe, não vejo problema nenhum pois o cão será um filhote ainda.

      Você já considerou conversar sobre essas questões com o seu criador? Eu costumo dar muito suporte, informações, cartilha a quem adquire filhotes conosco. Acho que a princípio todos os criadores são assim, não são? Pergunte a ele(a), tenho certeza que vai saber te ajudar.

  2. Olá, Patricia! Parabéns pelo seu blog! Você consegue transmitir suas experiências e seu amor pela raça de forma muito clara. Adquirimos um westie macho, Bouder, a poucos dias. Ele é muito fofo, esperto e alegre; o que nos encantou. Apesar de já ter tido cães de outras raças , estou sentindo dificuldade em educá-lo. Não sei se é pela pouca idade, Bouder tem apenas 45 dias, mas ele troca o dia pela noite, faz coco e xixi pela casa toda e apesar de oferecermos brinquedos ele sempre quer roer todos os móveis e fios, além de que ele nos morde muito, mesmo quando a gente é firme, ele continua. Só a mim ele obedece um pouco. Nos ajude com sua experiência a podermos ter um dia-a-dia mais prazerosamente com o nosso cãozinho. Desde já obrigada!

    1. Olá Aline,

      Obrigada por ler o blog. Primeiramente me chamo Andréia e não Patrícia.

      Devo dizer que entendo profundamente seus anseios, sua frustração e sua vontade ter uma experiência prazerosa com seu Westie, mas infelizmente eu não posso ajuda-la.

      Aqui nós entregamos nossos cães com 90 dias, somente após o treinamento de coco e xixi no lugar certo ter se consolidado, após a obediência de comandos como o “não faça isso” ter sido aprendida. Daqui, eles seguem sabendo dormir no seu cantinho sem choramingar à noite. Após ele ter a maturidade de ser afastado de seu grupo.

      Mas isso é um compromisso pessoal meu com minha criação, é um dos fatores filosóficos dela. Eu tenho como princípio que minha responsabilidade é entregar cães ajustados, mentalmente e fisicamente.

      Para conseguir isso, acredite, não é fácil. O trabalho de educação é diário e árduo. Os pequenos não aprendem de uma hora pra outra. É preciso paciência e muita persistência. Esse é o meu legado aos filhotes que eu encaminho.

      Assim, a única coisa que tenho a dizer a você é: explore bem o blog, ele é uma fonte grátis de informação. Leia livros de bons comportamentalistas ou mesmo contrate um. Ah…ligue para o seu criador. A responsabilidade com a educação do novo filhote deveria ser compartilhada.

      Boa sorte!

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