Pergunta difícil de responder. Ninguém no mundo conseguiu ainda. O que vemos por ai são milhares de teorias, algumas descrevem o modo Hahnemaniano de pensar e outras apelam para a física quântica – ambas sem fundamentação científica nenhuma.
Mas afinal, qual é a teoria de Samuel Hahneman?
Hahneman foi um médico alemão que no século 18 se dedicou à uma nova teoria de cura de doenças, a Homeopatia. Em seus estudos, Hahnman acreditava que a cura da doença estava na recuperação da força vital do homem. Tal qual a teoria budista, Hahneman afirmava que o homem possui uma “aura” e quando seu corpo é perturbado, essa força vital se desequilibra, abrindo portas para as doenças. A chave da cura está em “reorganizar” essa energia.
Pra ele, esta reorganização seria possível descobrindo aquilo que provocava o desequilíbrio – por isso o médico homeopata faz perguntas do tipo: “você dorme virado pra esquerda ou para a direita?, Você acorda de bom humor?, Você é ciumento?” para seus pacientes.
Hahneman em seus testes começou a perceber que usando elementos que causavam as doenças, provocaria os mesmos sintomas e assim, exarcebando-os, faria o organismo reagir, renovar sua energia vital e reequilibrar-se. Até ai tudo bem, temos a Imunologia para comprovar essas façanhas do organismo (as vacinas que o digam!).
Mas Hahneman foi mais longe, começou a testar sua teoria utilizado a Belladona (Atropa belladona) em doses extremamente diluídas. A Belladona é uma planta altamente tóxica que era utilizada pelas mulheres na época para dilatar a pupila, de modo a ser tornarem mais belas (ou seria mais cegas?). Com as diluições, podemos pensar que Hahneman queria se resguardar de provocar intoxicações em seus pacientes, não podemos?
Enfim, após suas práticas, acabou lançando a teoria do “Like cures Like”, ou seja, a “cura pelo semelhante” em doses diluídas. Assim, urtiga vai para coceira, pólen para alergias, cloreto de sódio para hipertensão, tudo em diluições extremas, fazendo com os sintomas das doenças sejam exacerbados e, por si, o organismo faça o reajuste a fim de organizar a “porta aberta na energia vital”.
As diluições iniciam-se com uma tintura mãe (extrato do “produto”) que passam por diluições centenas de vezes. A maior delas seria como uma gota no oceano – enfatiza Richard Dawkins no seu documentário sobre o serviço de saúde na Inglaterra. E quanto mais diluído for, com mais potência o medicamento é visto.
Mas afinal o que há dentro do medicamento homeopático? Não se sabe, e mais, nenhum cientista conseguiu comprovar – talvez valendo o prêmio Nobel da Física.
O artigo da revista Superinteressante inicia com a frase: “há muito o que se ponderar” – leia aqui. O artigo traz à tona a controvérsia. De um lado a OMS defendendo que a homeopatia se mostrou superior ao placebo e de outro a comunidade científica tentando provar que o tratamento depende de “crença” do paciente.
A explicação mais comum está na “memória da água”, que diz que a água guarda a informação em si daquilo que entra em contato com ela. Pense bem! Se isso for verdade e lembrando daquele ciclo da água que estudamos na 4ª série, poderemos imaginar que todo dia tomamos memória de lago, terra, urina, planta, orvalho, nuvem!
Para o Professor Sabatinni, médico e pesquisador da Unicamp, as explicações são provavelmente muito mais simples. Existem diversos motivos porque a homeopatia funciona.Entre elas:
- Muitas doenças se resolvem sozinhas, sem medicamento algum, o que dá a impressão que o medicamento funcionou
- Muitas doenças são cíclicas, e usar o medicamento no pico da gravidade dá a impressão de melhora, quando ela afinal regride
- Muitissimos sintomas e doenças são psicossomáticas, causadas por alterações emocionais. Se a pessoa se convence que o medicamento vai funcionar, ocorre uma melhora;
- O médico adota outras medidas terapêuticas, como mandar o paciente fazer regime e exercício, e depois acha que foi a homeopatia que fez emagrecer;
- Distorção da realidade: pequenos efeitos aleatórios e temporários são julgados como sendo “curas”, pelo excesso de expectativa. A posterior recidiva da doença é atribuida a outras causas, não à falta de eficácia da homeopatia;
- Casos individuais de cura são interpretados como comprovação de um efeito para toda a população.
O professor explica que o efeito mais provável da homeopatia (e até de muitas terapias alopáticas) é o chamado placebo. Este é o nome que a medicina dá a um medicamento comprovadamente ineficaz ou neutro (uma pilula de lactose, por exemplo), e que se prescreve ao paciente, dizendo ser um medicamento ativo. Todo placebo sempre obtém algum efeito terapêutico. Por exemplo, Vasomax, um novo medicamento contra a impotência lançado com muito alarde nos EUA, causou ereção em 41 % dos pacientes que o tomaram. Bom ? Pois bem, o placebo causou ereção em 35 % dos pacientes… Bastou o sujeito acreditar que funciona. Aliás, o efeito-placebo parece ser a base de quase todos afrodisíacos existentes.
Para Sabatinni, se a população está gastando centenas de milhões de reais em pílulas de açucar e vidrinhos de água quase pura para tratar males reais, isso é um problema muito sério de saúde e de economia pública. A homeopatia precisa apresentar publicamente os estudos científicos que supostamente servem de base para sua “ciência”
Se eu já usei? Sim, fiz um tratamento para asma no meu filho. Funcionou? Não sei – mas ele teve apenas uma crise depois deste tratamento. Porque sou cética? Porque na época ele tinha de 6 a 7 anos, e a homeopata não suspendeu o tratamento que ele estava fazendo com Singulair® e que fez por 10 meses. Além disso, nessa mesma época também começou a praticar natação 2x por semana. E ai, posso afirmar que a cura foi da obra da Homeopatia?
Se eu usaria no meu pet? Provavelmente não, ele não se beneficiará do efeito placebo e às vezes não consigo nem faze-lo sentar ao comando, imagina saber se ele “acorda de bom humor” 😀
Mudei de opinião!